E.M.E.F. Pedro de Quadro Bittencourt

E.M.E.F. Pedro de Quadro Bittencourt

Documentos Escolares


Projeto Político Pedagógico (PPP)

FILOSOFIA


            A escola se propõe a transformação do individuo baseado no dialogo, partindo do planejamento coletivo, com objetivo de estimular mentes disciplinadas, sintetizadoras, criativas, respeitosas e éticas.

I - INTRODUÇÃO

O projeto político pedagógico de nossa escola apresenta utopias, sonhos, metas e resultados. Nele projetamos nosso futuro, no qual todos puderam contribuir com opiniões, sugestões e possíveis mudanças: os pais participaram através de questionários e reuniões, os alunos através de pré-conselhos e conselhos de classe, os professores e funcionários através de reuniões pedagógicas e reuniões de estudos.
Após momentos de discussão e debate, decidimos que no ano de 2010, continuaremos seguindo a linha progressista, porém através da tendência Libertadora de Paulo Freire, pois através da prática do planejamento coletivo, possibilitamos uma relação horizontal, de igualdade, baseado no diálogo, partindo de temas geradores. O educando apreende a sua realidade concreta. Aprimoraremos a forma do planejamento coletivo, contando com a participação direta dos educandos, objetivando a transformação.
A Escola tem por finalidade propiciar aos alunos o desenvolvimento de suas capacidades e habilidades intelectuais e cognitivas, oportunizando situações desafiadoras a fim de que o aluno possa, descobrir seus talentos voltados as inteligências múltiplas, através do desenvolvimento das cinco mentes fundamentais: mente disciplinada, mente sintetizadora, mente criativa, mente respeitosa e mente ética.
Nosso objetivo é fazer com que a educação esteja centrada na pessoa (no aluno). Que esta educação seja democrática, cuja responsabilidade do professor seria de conhecer ao máximo cada um de seus alunos e, assim, ensina-los da maneira que eles melhor poderão aprender, liberando a sua capacidade de auto-aprendizagem para um desenvolvimento tanto intelectual como emocional. Seria a criação de condições nas quais os alunos pudessem tornar-se pessoas de iniciativa, de responsabilidade, de autodeterminação, de discernimento frente ao mundo.
Também consideramos importante tomar o partido dos interesses majoritários da sociedade, atribuindo à instrução e ao ensino o papel de proporcionar aos alunos o domínio de conteúdos científicos, os métodos de estudo, habilidades e hábitos de raciocínio científico, de modo a irem formando a consciência crítica face às realidades sociais e capacitando-se a assumir no conjunto das lutas sociais a sua condição de agentes ativos de transformação da sociedade e de si próprio.

Acreditamos que a Escola hoje, precisa ser um espaço onde as crianças aprendam e desenvolvam capacidades de investigar, perguntar, pesquisar, discutir... Por isso, daremos continuidade à Pedagogia de Projetos, aplicados em todas as áreas do conhecimento. Continuaremos estudando, pois acreditamos que estamos no caminho, mas ainda necessitamos de mais subsídios. Ainda, temos os projetos coletivos, comuns a todas as turmas, cujos temas são definidos através de nossos planejamentos coletivos realizados em reuniões semanais e ou/ quinzenais.

      Almejamos uma educação pela vida, ou seja, serão contemplados conhecimentos significativos, com o objetivo de construir saberes para apropriação e opção consciente dos rumos às transformações sociais. Desta forma desenvolveremos a capacidade emocional, intelectual e psicomotora, num ambiente acolhedor e alegre. Queremos Uma escola para todos, sem discriminação e exclusão. Contudo, nossa escola centrará sua atenção nos seguintes valores:
v     Respeito
v     Solidariedade
v     Comprometimento
v     Responsabilidade
v     Verdade
v     Parceria
v     Justiça
v     Inclusão

II – IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA  E DA ENTIDADE MANTENEDORA

2.1 ORGANOGRAMA




2.2 HISTÓRICO

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro de Quadro Bittencourt, localizada na rua São Cristóvão, nº 582, no bairro Sol Nascente, na cidade de Estância Velha, foi criada pelo Decreto de nº 08, de 09 de janeiro de 1998,  denominada pela Lei de nº 276, de 15 de junho de 1998. Está autorizada a oferecer o ensino fundamental de 1ª a 6ª séries. E tem como mantenedora a SEMEC (Secretaria Municipal de Educação e Cultura).
O projeto de construção deste estabelecimento de ensino foi elaborado pela Secretaria Municipal de Planejamento, pelo Arquiteto Adão Ibirubá dos Santos. Desde o ato de sua criação, passou a denominar-se Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro de Quadro Bittencourt, este nome é motivo de orgulho para toda comunidade que através da escolha deste, homenageia o homem público Senhor Pedro de Quadro Bittencourt, morador desta localidade, o qual dedicou-se com afinco, trabalhador da causa educacional, tendo doado terras para a construção das Escolas Princesa Isabel e Fernando Ferrari, vereador e Prefeito Municipal de Estância Velha, no período de 1973 a 1976.
Em 1998 a Escola funcionava como anexo da Escola Municipal de 1º Grau Incompleto Nicolau Anselmo Wecker, oferecendo Pré-escola, 1ª e 2ª série num total de aproximadamente 150 alunos, com oito professores e dois funcionários, proporcionando Parceria Pedagógica, Educação Física e Informática. Na direção duas professoras atuaram durante este ano: 1º Noeli Fuentes; 2º Ana Luiza Pita Boeira.
Em 1999 passou a funcionar como Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro de Quadro Bittencourt, sendo inaugurada no dia 04 de setembro de 1999, sob a Direção  a professora Lígia Inês Welter Trein. Neste ano também foi concluído o prédio (andar superior), pátio, calçada, portões.
A cada ano que passava novas séries eram implantadas, mais turmas surgiam e conseqüentemente mais alunos faziam parte desta Escola, assim como tantos outros professores que passaram por aqui, contribuindo com o crescimento desta instituição.
Em 2002, por iniciativa dos pais e para atender as necessidades da comunidade, implantamos a 5ª série, com a aprovação da SEMEC. Atendendo então, 454 alunos de Pré-escola a 5ª série. Além do currículo obrigatório, em 2002, desenvolvemos projetos como: Parceria Pedagógica, apoio aos alunos e professores (Coordenação Pedagógica e Orientação Educacional), Educação Física, Hora do Conto, almoço e café na escola, jogos lúdicos para desenvolver o raciocínio lógico.
Em 2003, passou a funcionar o Laboratório de Informática, equipado com 15 computadores, oportunizando aulas para os pais, além de servir de instrumento para alunos e professores.
Em 2004, colocamos em prática uma meta: trabalhar com projetos, tipo de metodologia ou pedagogia que estimula a curiosidade e a busca do saber, na qual o professor passa a assumir o papel de quem compartilha informações, e não mais aquele que simplesmente ensina. Também aprimoramos o projeto de informática para os pais.
 Em 2005, além do currículo obrigatório, desenvolvemos um projeto coletivo, cuja sua denominação é: “Solidários somos gente que constrói a paz”. Dentro deste, trabalhamos os temas: “Solidariedade, Boa Vontade e Não Violência”, que foi o tema do nosso primeiro Fórum, com o objetivo de proporcionar à comunidade escolar um momento de reflexão, novos conhecimentos e ações concretas para um mundo melhor e mais sustentável.
Em 2006, adotamos o planejamento coletivo e construímos um espaço denominado Brinquedoteca, cujo nome “Pedro Brinquedo” foi escolhido pelos alunos através de eleição. Este espaço foi destinado ao auxílio a aprendizagem, uma vez que muitos alunos de nossa escola  apresentam dificuldades quanto ao aprender.
Em 2007, aprimoramos o planejamento coletivo, podendo colher mais frutos de nossa iniciativa Tivemos uma professora para atender nossos alunos na Brinquedoteca, no qual adquirimos muitos resultados positivos, distúrbios diagnosticados e dificuldades superadas.
Em 2008, continuamos aprimorando o planejamento coletivo e o atendimento na Brinquedoteca, nos possibilitando colher resultados ainda maiores. Também tivemos a construção da quadra de esportes, coberta. Sendo inaugurada em 22 de junho de 2008.
Em 2009, aprimoramos ainda mais o planejamento coletivo, contando com a participação dos alunos quanto a escolha do tema gerador e a sistematização dos conhecimentos adquiridos ao final de cada projeto, sob forma de apresentação de trabalhos. Também conseguimos a aprovação da construção do prédio para atender alunos em turno integral. Ainda foi avançado o pátio da frente da Escola, modificando a fachada da mesma. Neste ano também comemoramos os 10 anos de PQB, firmando parceria com a empresa INNOVA PELA VIDA, a qual doou a nova camiseta do uniforme da escola.


III – DIAGNÓSTICO

3.1 CONTEXTO EM QUE A ESCOLA SE INSERE:

a) geográfico

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro de Quadro Bittencourt está localizada no bairro Sol Nascente, no município de Estância Velha. Conhecida como a terra dos curtumes, Estância Velha tem como indústria base a produção de couros. Já nos primeiros anos de imigração, por volta de 1839, o Senhor Adolfo Sauer instalou o primeiro curtume da cidade. O desenvolvimento industrial, porém, não se limitou à produção coureira, pois foram surgindo também metalúrgicas e inúmeras fábricas de calçados. A agricultura é também bastante próspera no município, mas já não ocupa um lugar tão importante como nos primeiros anos da colonização.

A emancipação política veio em 1959, já que antes ocupava o lugar de 10° distrito de São Leopoldo e, a partir disto, a cidade progrediu rapidamente. Foram construídas várias escolas e pavimentadas muitas ruas. A população aumentou consideravelmente e, em função disto, muitos bairros foram criados. Estância Velha encontra-se rodeada de morros. Estes são constituídos de basalto sobre bases de granito. Em alguns pontos a altura se torna bastante elevada, em outros, diminui até ficar ao nível do vales. Fica a 45km distante da capital Porto alegre e a população total gira em torno de 42.000 habitantes.

O bairro Sol Nascente nasceu como parte integrante do bairro Rincão dos Ilhéus, era um loteamento do mesmo e com o crescimento da população local foi preciso formar o bairro. Este é bastante recente, sendo instituído como tal no ano de 1998.

A escola surgiu para suprir um pouco mais das necessidades da comunidade local, já que antes ela fazia parte, como anexo, de uma outra escola no bairro vizinho. Fundada no dia 4 de setembro de 1999, a mesma esta localizada na rua São Cristóvão, número 582, no bairro Sol Nascente. Atualmente, estudam na escola 323 alunos, divididos em dois turnos: manhã e tarde. O quadro de funcionários é composto pela diretora, coordenadora pedagógica, secretária, professores  e serventes. A escola é um espaço bastante valorizado pelos pais e alunos da comunidade.            

b) Sócio-econômico

Como já foi mencionado, o bairro onde a escola localiza-se é bastante recente e muitas das famílias que residem nele são provenientes de outros bairros da cidade e até de outras cidades. As famílias, em sua maioria, apropriaram-se de áreas desocupadas e começaram a trabalhar em serviços temporários, as cooperativas de reciclagem de lixo de Estância Velha e do bairro Roselândia em Novo Hamburgo apresentam-se como alternativas de emprego para muitos moradores. A atividade de coletar lixo reciclável para a venda é também bastante realizada por pais e até mesmo por alunos da escola, já que a mesma, como já foi colocado, esta inserida em uma comunidade bastante carente que em sua grande maioria utiliza o trabalho informal como forma de sustento.

c) Político

A comunidade está se organizando através  da Associação dos Moradores do bairro Sol Nascente.

d) Cultural

Consideramos que a escola apresenta-se como a única alternativa no bairro para suprir as necessidades culturais de nossos alunos e de suas famílias. E pensando sobre isto, procuramos oferecer atividades de integração entre alunos, pais, professores e funcionários, através de festas, jogos, apresentações artísticas e culturais, saídas de estudo, entre outras.


3.2 RELAÇÃO DA ESCOLA COM AS OUTRAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

A nossa relação com outras escolas da rede se dá de forma mais efetiva através da participação nos eventos (gincana de kerb, olimpíadas, Estância em dança) e dos encontros de formação continuada de professores.
O que nos diferencia é o fato de atendermos somente até a 5° série, a  realidade sócio-econômica na qual a escola está inserida e a maneira como trabalhamos com o processo de inclusão,  a receptividade ao diferente. Nosso conselho de classe não é realizado no intuito de se atribuir notas e nem de se colocar estereótipos e sim o de contribuir no desenvolvimento dos alunos. Também consideramos como diferencial a maneira como realizamos a avaliação e promoção de nossos alunos inclusos (tanto pela deficiência como pela diversidade, ver anexo nº01, texto de Miguel Arroio). 


3.3 PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS DA ESCOLA

a) aspectos estáticos

O projeto de construção da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro de Quadro Bittencourt foi elaborado pela Secretaria Municipal de Planejamento, pelo arquiteto Adão Ibirubá dos Santos. A mesma estrutura-se em 2 pisos, com 9 salas de aula, uma brinquedoteca, uma sala de dança e psicomotricidade, uma sala de vídeo e reforço escolar, uma biblioteca comunitária, um laboratório de informática ( equipada com 15 computadores ), uma sala de artes, uma secretaria ( que funciona junto à direção ), uma sala de professores, uma cozinha, uma dispensa de alimentos e outra de produtos de higiene e limpeza, 5 banheiros – 3 no andar superior ( um deles desativado por problemas de vazamento e entupimento de canos ) e 2 no inferior que estão funcionando, um elevador ( desativado ).
O pátio é amplo, cercado na parte da frente e nas laterais, possui um portão pequeno e um grande. A frente da Escola mudou-se para a antiga lateral, o pátio está sendo avançado, o mesmo passará por um novo planejamento. Existem no pátio algumas árvores que os próprios alunos plantaram, mas ainda temos pouca sombra há quatro bancos em torno das árvores maiores. Ainda no pátio existe a pracinha e uma área coberta com piso.
Essa instituição conta com recursos do tipo: televisões, vídeo, DVD, data show e tela de projeção, impressora, máquina copiadora, mimeógrafo, retroprojetor e tela de projeção, máquina fotográfica digital, som e materiais didáticos como: base dez, blocos lógicos, ábacos, letras de madeira e EVA, cusinaire, jogos pedagógicos, um armário de apoio que contém tesouras, colas, papel colorido, sucatas, tintas e pincéis, papel pardo, grampeadores, várias fitas adesivas, massa de modelar, argila, entre outros. Está a disposição também, os jogos da brinquedoteca, direcionados a várias séries e a diferentes dificuldades. Livros da biblioteca, literaturas, didáticos, jornais, revistas, enciclopédias e livros de apoio ao planejamento dos professores. 
Considerando o ideal para esta Escola, quanto a estrutura física, concluir o prédio para atender turno integral no início do ano de 2010. Espaços estes destinados a oferecer um momento de reforço assim como diferentes oficinas, com o objetivo de tirar os alunos das ruas e trabalhar ainda mais as potencialidades físicas e intelectuais dos educandos.

b) aspectos dinâmicos

Consideramos que as necessidades de aproximadamente 70% de nossos alunos estão voltadas a cultura, a presença escassa dos pais na vida das crianças, a falta de lugar para as crianças ficarem no turno contrário, a baixa auto-estima e principalmente a carência de afeto, procuramos oferecer atividades comuns a toda escola, com o intuito de suprir estas necessidades, conforme as possibilidades.
Optamos por desenvolver projetos coletivos, planejamentos coletivos, reuniões de estudo. Também procuramos oferecer atividades de integração entre alunos, pais, professores e funcionários, através de festas, jogos, apresentações artísticas e culturais, saídas de estudo. Contamos com os  encaminhamentos para a APAE, com atendimentos especializados (psicopedagoga , “fono” e psicóloga), destinados aos alunos que possuem problemas mais graves, que fogem de nosso alcance.   


IV - FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA

4.1 FILOSOFIA, FINS E OBJETIVOS DAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Artigo 1° : A escola tem por filosofia: - desenvolver uma ação democrática que possibilita ao cidadão um potencial cognitivo ampliado, versátil, capaz de transitar emocional e intelectualmente no mundo, fortalecimento da fé, com valores que envolvam respeito ao indivíduo; a partir dos conhecimentos desenvolvidos entre o pensar e o agir.

Artigo 2° : A escola tem por finalidade aprimorar a educação, assegurando a formação intelectual do educando para o exercício da cidadania.

Artigo 3° : A escola tem como objetivo para o ensino fundamental:
a)            O fortalecimento dos vínculos da família dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social;
b)            Que as aprendizagens do aluno sejam significativas à medida que conseguirem estabelecer relações, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, a resolução de problemas matemáticos;
c)            Que na proposta pedagógica sejam estabelecidos critérios de seleção e gradualidade dos temas e respectivos conteúdos para que participem e integrem na dinâmica de um currículo sensível às dimensões da racionalidade pública plural e que contemple o direito de todos ao alargamento e intensidade das aprendizagens;
d) potencializar o desenvolvimento de todas as capacidades físicas e mentais, de modo a tornar o ensino mais humano e mais ético, incentivando a reflexão e análise crítica de valores e atitudes.


a)      Concepção de mundo

A realidade é um fenômeno subjetivo que o homem constrói em seu mundo interior a partir da percepção que ele faz das experiências que vivencia no mundo exterior. Mundo este que é o espaço comum, cuja ocupação e preservação é direito e dever de todos. Espaço que retrata a trajetória do homem nos aspectos sociais, econômicos, culturais e espirituais. Em cada indivíduo há uma consciência autônoma e interna que lhe permite dar significado a esse mundo e tomar as opções  pertinentes;  a educação deve criar condições para que essa consciência se preserve e cresça. Assim, o mundo é algo produzido pelo homem frente à experiência do dia-a-dia. A concepção de mundo, de realidade, é desenvolvida individualmente, impregnada de conotações particulares. 

b)      Concepção de pessoa

Identidade singular que interage com seu meio físico e social. É única, quer em vida interior como em sua percepção e avaliações do mundo. Está em um processo contínuo de descoberta de seu próprio ser, através do contato com outras pessoas e grupos. O objetivo máximo do ser humano é sua auto-realização com o uso pleno de suas potencialidades e capacidades;  ela ( pessoa) não nasce com um fim determinado, mas goza de liberdade plena para construir-se, para construir seu projeto permanente e inacabado de homem. Dentro desta perspectiva humanista, ser humano é ser em totalidade, independente, diferente e autônomo, devendo ser aceito e respeitado como tal. É ser uma pessoa na qual os sentimentos e as experiências exerçam um papel muito importante para seu crescimento; é ter uma capacidade, uma tendência a desenvolver-se, a autodirigir-se, a reajustar-se.

c)      Conceito de educação

Desenvolver capacidades culturais e valores sociais que tornarão os indivíduos capazes de interagir com o mundo, com os outros e consigo mesmo. Educar é humanizar, socializar valores, criar condições nas quais os alunos possam tornar-se pessoas de iniciativa, de responsabilidade, de discernimento frente ao mundo, criar condições para que o aluno se torne pessoa colaborando com os outros sem por isso deixar de ser indivíduo. Assim, tudo o que estiver a serviço do crescimento pessoal, interpessoal ou intergrupal é educação. A educação centrada na pessoa leva a valorização da busca progressiva de autonomia. 


V - FUNDAMENTAÇÃO PEDAGÓGICA


5.1 FINALIDADES E OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO

TÍTULO V
DOS NÍVEIS E DAS MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO

CAPÍTULO I I
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Seção I

     Das disposições Gerais

     Art.22 -  A  educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

     Art. 25 – Será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento.

     Parágrafo Único – Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das condições disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto neste artigo.

     Art. 32 – O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

     I – o desenvolvimento da capacidade de aprender tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

     II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

     III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

     IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social;

     § 1° - É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos.

     § 2° - Os estabelecimentos que utilizam progressão por série podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino.

     § 3° - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos processos próprios de aprendizagem.

     § 4° - O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.

     § 5° - O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático adequado.


VI – PRÍNCIPÍOS DIRETRIZES PEDAGÓGICOS DA ESCOLA


6.1    FUNDAMENTOS

a) concepção de conhecimento

A experiência pessoal e subjetiva é o fundamento sobre o qual se constrói o conhecimento através do processo de “vir-a-ser” da pessoa humana. A percepção é realidade e esta é conhecimento: a limitação do conhecimento ou da realidade está na limitação de percepção de pessoa, assim, o conhecimento e a realidade se tornam relativos e até temporários, dependendo da pessoa. O importante é a experiência, constituída por um conjunto de realidades vividas pelo homem, com significados reais e concretos que funcionem como ponto de partida para mudança e crescimento; só assim o conhecimento adquire uma conotação dinâmica. “O único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender, que aprendeu como se adaptar e mudar, que aprendeu que nenhum conhecimento é seguro, que nenhum processo de busca do conhecimento é seguro”.   (Rogério, 1972). Em suma, o conhecimento é inerente à atividade humana; o ser humano tem uma curiosidade natural para o conhecimento.

b) concepção de currículo

Na escola o currículo serve como um instrumento para ordenar o conjunto de atividades, orientando a ação pedagógica como um todo e especialmente o plano de trabalho diário do professor. Sempre lembrando que a escola e os sujeitos que nela convivem possuem um potencial para a mudança, e são, em parte, autodetermináveis, isto é, possuem autonomia relativa. A escola é influenciada pelas dimensões econômica, política e cultural da sociedade, mas também influencia essas dimensões. Além de receber a influência dessas estruturas, a capacidade de autodeterminação da coletividade escolar é afetada por quatro fatores: o nível de conhecimentos dos integrantes da comunidade, o grau de consciência e organização coletiva, o desejo de mudança e as condições materiais disponíveis. Não existe escola sem pessoas: em parte, são elas que fazem a escola ser de uma forma ou de outra, ao aceitar, resistir ou modificar as diretrizes, modo de organização, ou seja, o currículo da instituição.
O currículo deve ser organizado de maneira dinâmica, que possibilite sua construção, revisão e adequação diária, além de contemplar os objetivos de aprendizagens significativas, respeitando as individualidades de cada aluno. Deverá transmitir os valores e princípios em toda e qualquer ação e práticas propostas. Através de adaptações curriculares pretendemos realizar modificações em nosso planejamento, reajustando-o de forma a buscar atender as peculiaridades e necessidades educacionais específicas de cada um e de todos os alunos da escola, com enfoque da proposta de educação na diversidade e da educação inclusiva.

c)concepção de aprendizagem

É um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Sabe-se, que os indivíduos aprendem, se apropriam de valores e conhecimentos, por meio de relações estabelecidas no decorrer de suas vidas. Portanto, a formação dos pensamentos dos indivíduos está interligada ao conteúdo que é partilhado no convívio com seus pares, nas interações com as pessoas mediadas pela linguagem, objetos físicos e afeto. Queremos uma escola que contribua na formação de cidadãos críticos, participativos e provocadores de mudanças pessoais e sociais que favoreçam a qualidade de vida em sua comunidade. A escola então, deve ensinar convivências, compreensão mútua, boa relação. Deve ensinar como se aprende, se conhece e como se vive verdadeiramente com dignidade humana.  


d)                 Processo metodológico

Alicerçados nos pressupostos de Vygotsky e nos princípios psicológicos derivados destes pressupostos, assumimos a tarefa de acompanhar o aprendizado de nossos alunos, cientes de que deveríamos estar sempre atentos para o fato de que é o aprendizado que possibilita o despertar dos processos internos de desenvolvimento.
          Optamos por utilizar a Metodologia de Projetos, essa visão assume que os alunos estabeleçam conexões a partir dos conhecimentos que já possuem e, em sua aprendizagem, não procedem por acumulação, e sim pelo estabelecimento de relações entre as diferentes fontes e procedimentos para abordar a informação.
            Nesta proposta o objetivo requer que o tema ou o problema abordado em sala de aula seja o fator no qual confluam os conhecimentos que respondam as necessidades de relação que o aluno pode estabelecer e o docente vá interpretar.
 
e) avaliação

A avaliação constitui-se em um processo contínuo e permanente de análise das variáveis que interferem no processo ensino-aprendizagem, objetivando identificar potencialidades e necessidades educacionais dos alunos, das condições da escola e da família. A avaliação constitui-se em uma prática educativa de grande importância, porém pode cristalizar processos de preconceito e rejeição social, caso não seja bem conduzida. Os preconceitos sociais derivados de processo de avaliação mal elaborados são particularmente nocivos porque atingem a criança na formação da sua auto-imagem, o que pode vir a se constituir num prejuízo ainda maior para a superação das dificuldades no âmbito escolar.
É função dos professores assumirem plenamente sua posição de promotores da aprendizagem dos alunos, e para isto, analisar todos os fatores implicados no sucesso ou na dificuldade da sua aprendizagem.
O educador deve se colocar como partícipe e também co-responsável pela aprendizagem de seus alunos. Fiz o suficiente para que meus alunos aprendam? Qual minha cota de responsabilidade para o sucesso ou fracasso escolar?
“A partir da concepção vygoskiana, a avaliação deve se pautar pela possibilidade da SUPERAÇÃO”.

A avaliação, sob a metodologia de projetos, visa acompanhar a construção do conhecimento, em três etapas:
1ª) Inicial: O que os alunos sabem sobre o tema, quais são suas hipóteses e referências de aprendizagem.
2ª) Formativa: O que estão aprendendo, como estão acompanhando o sentido do projeto.
3ª) Final: O que aprenderam em relação às propostas iniciais? São capazes de estabelecer novas relações?

Avaliação, neste último momento, tem caráter de reencontro com a situação-problema inicial. Nesta fase, comenta-se o que foi proposto inicialmente e o que foi desenvolvido até o momento, fazendo-se um exercício de memória com o objetivo de relembrar a seqüência do trabalho desenvolvido, as conquistas e aprendizagens construídas a partir do tema. Esta retomada feita pelo grupo, dará as últimas pistas ao professor a respeito do alcance ou não dos objetivos. É o momento em que o grupo verifica “O que se aprendeu?” “O que foi mais significativo?” “Aprendeu-se tudo aquilo que se queria?”.
A partir disso, novas perguntas poderão surgir, desencadeando um novo projeto.
A forma de registro da avaliação será conforme o regimento municipal de Estância Velha, além de continuarmos adotando a Pasta de Acompanhamento.
Os inclusos serão avaliados conforme progressos, correspondentes as suas limitações. Os alunos serão promovidos.

f) inclusão

Uma escola inclusiva não “prepara” para a vida. Ela é a própria vida que flui devendo possibilitar, do ponto de vista político, ético e estético, o desenvolvimento da sensibilidade e da capacidade crítica e construtivista dos alunos – cidadãos que nela estão, em qualquer das etapas do fluxo escolar ou das modalidades de atendimento educacional oferecidas.
Em nossa escola verificamos que os alunos apresentam diferentes comportamentos, limitações e formas peculiares de aprender, preferências por determinadas situações de aprendizagem, utilizam materiais escolares com diferentes rendimentos, aprendem mais facilmente se o professor se dirige a eles de uma ou de outra maneira. Dentro deste nosso contexto, pensamos que a inclusão deve acontecer através da diversificação das intervenções pedagógicas, adaptando o currículo as diferentes formas de aprender dos alunos, modificações nos objetivos (apontando objetivos comuns a todos e também de caráter individualizado, em função das necessidades e possibilidades de cada aluno).   
Através do planejamento coletivo elaborar um conjunto de ações ( habilidades, estratégias e métodos de trabalho ). Avaliar constantemente com o corpo discente e docente como esta ocorrendo a aprendizagem.
Uma nova ética se impõe conferindo a todos a igualdade de valor, igualdade de direitos, particularmente os de eqüidade (que significa educar de acordo com as diferenças individuais, sem que qualquer manifestação de dificuldades se traduza em impedimento à aprendizagem) e a necessidade de superação de qualquer forma de discriminação por questões étnicas, sócio-econômicas, de gênero, de classes sociais ou de peculiaridades individuais mais diferenciadas.

g) diversidade cultural

É um equívoco afirmar que um aluno apresenta necessidades educacionais especiais porque manifesta um atraso cognitivo, deficiência visual ou física, sem levar em conta que a situação de cada aluno frente à aprendizagem escolar pode ser muito diferente, com respostas surpreendentes em alguns casos.
Assim as decisões sobre as adaptações curriculares a serem realizadas no contexto escolar devem ser baseadas sobre o que se entende que sejam as possibilidades do aluno que se encontra em sala de aula. Em outras palavras significa colocar em prática o ponto mais sensível e problemático do currículo: o equilíbrio harmônico entre o que é comum e o que é individual.  

6.2    ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

a) organização de turmas

Ocorre de acordo com o Regimento das Escolas Municipais de Estância Velha.

ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA

Art 31° O Ensino Fundamental se organiza em séries anuais.

Art 32° Para fixação de calendário, ingresso, matrícula e transferência atende às disposições legais em vigor e as diretrizes da Secretaria Municipal de Educação e Cultura.

Art 33° Anualmente, as Escolas elaboram o Calendário Escolar em Consonância com a SEMEC e disposições legais em vigor.

AVANÇO

Art 44° A escola oferece a possibilidade de avanço nas séries mediante verificação de aprendizado.

Parágrafo Único – A possibilidade de avanço ocorre em qualquer época do ano letivo, após avaliação do grupo de professores e de acordo com disposições do Plano Pedagógico.


6.3 ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS-TEMPOS

Conforme estudo e aprovação dos pais, alunos, professores, o ano terá carga horária de 800 horas distribuídas em 200 dias letivos. Assim, todas as turmas de primeira à quinta série terão carga horária de vinte horas semanais e a partir da quarta série serão distribuídas conforme o quadro a seguir:

COMPONENTES CURRICULARES
BLOCOS SEMANAIS
Língua Portuguesa
2
Matemática
2
História
1
Geografia
1
Ciências
1
Educação Física
1
Artes
1
Ensino Religioso*
1
OBS: Cada bloco corresponde a 120 min. * Um bloco de 120 min será dividido entre língua portuguesa e ensino religioso.


Continuaremos tendo uma Reunião Pedagógica e Reunião Administrativa semanal de 2h, após o horário da tarde em um dia a definir com o grupo discente de 2008, esta carga horária o professor poderá tirar no seu planejamento.
Ainda, daremos continuidade ao seminário de professores, o qual ocorrerá nas pedagógicas.
A formação continuada de professores ocorrerá também nestas 2h semanais, além das oferecidas pela SEMEC.
O Conselho de Classe , de 1° a 5° série, ocorrerá a cada final de trimestre, conforme as datas previstas no calendário. O Pré –Conselho ocorrerá também a cada final de trimestre, com horário a combinar.
Todos os professores terão horários específicos para o planejamento. O professor que trabalhar 40h terá dois turnos de planejamento (4 blocos), e o professor que trabalhar 20h terá um turno de planejamento (2 blocos).  

6.4   PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

A avaliação institucional se dá através da consulta aos pais por intermédio de entrevistas realizadas durante os três pré-conselhos;
Pelos professores, através de reuniões de avaliação, de eventos, de planejamentos coletivos.

 
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A duração do presente projeto político pedagógico terá vigência  de três anos, de 2008 a 2010.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BEYER, Hugo Otto. Inclusão e avaliação no sistema escolar. Porto Alegre: Mediação, 2005.

CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva com os pingos nos “is”. Porto Alegre: Mediação, 2004.

GARCIA, Dorcely I. B. Desempenho de crianças com dificuldades escolares a mediação necessária. Seminário de pesquisa PPE. Universidade Estadual de Maringá, 2004.

HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

MOGILKA, Maurício. Educar para democracia. Cadernos de Pesquisa, nº 119, p. 129 – 146, julho/2003.

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